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Lençóis e Mucugê: dois destinos imperdíveis na Chapada Diamantina

Publicado em: 14/02/2024
Por: Adilson Fonsêca
Atenção: Caso qualquer das fotos que ilustram essa matéria seja de sua autoria nos informe via WhatsApp (71) 9.9982-6764 para que possamos inserir o crédito ou retirar imediatamente.

Não importa por onde você vá. Pela BR-116 (Rio-Bahia) e seguir por Nova Itarana, passando por Contendas do Sincorá até a ponte sobre o Rio de Contas. E de lá seguir por Ituaçu, Tanhaçu, Barra da Estiva, Ibicoara até chegar em Mucugê. Ou pela BR-242 (Bahia-Brasília) e seguir direto para Lençóis. O importante é que, estando em Salvador, o melhor para conhecer a Chapada é alugar um carro éter essas duas cidades como referências para conhecer um dos lugares mais bonitos do país.

As duas cidades estão a 449 e 427 quilômetros, respectivamente de Salvador, e têm em comum a história do garimpo de diamantes, na época do Brasil Colônia, que deixou marcas profundas na arquitetura, tanto nas cidades como em vilarejos. Mas o mais deslumbrante, é que fazendo parte da Bacia do Rio Paraguaçu, tem paisagens naturais que vão de grutas e cavernas, a cachoeiras, cânions e trilhas com os mais diversos biótipos animal e vegetal que remontam séculos de formação natural.

Lençóis

É a principal cidade da Chapada Diamantina, e fica a aproximadamente 430 quilômetro de Salvador. O trajeto pode ser feito de avião do aeroporto da capital até o da cidade, mas tem que estar atento aos dias, pois não há voos regulares. O melhor mesmo é alugar um carro ou pegar um ônibus, na rodoviária da capital. O recomendável é viajar logo nas primeiras horas do dia, para evitar o trânsito pesado de carretas na BR-242, que é o canal de escoamento da produção de grãos do Oeste da Bahia em direção ao Porto de Aratu e moinhos na Região Metropolitana de Salvador.

Com boa infraestrutura hoteleira, no qual se destaca o Portal Hotel de Lençóis, considerado o melhor da região, a cidade é ponto de partida para quem quer conhecer trilhas, cachoeiras e cânions da Chapada Diamantina, como os Vales do Capão e do Pati, e o Morro do Pai Inácio, entre outros. Mas a cidade também possui atrativos naturais, como um acervo histórico e arquitetônico formado por cerca de 570 imóveis.

Basicamente, casas e sobrados da segunda metade do século XIX, construídos com diferentes técnicas, com predominância do adobe e da pedra. Pelas calçadas, ruas e ladeiras se adaptam aos acidentes do terreno entre pequenas praças e largos. Em alguns locais, o piso é constituído naturalmente da rocha que existem em abundâncias na região.

A cidade está a 394 metros de altitude e é o principal destino turístico da região. O turismo se desenvolveu a partir de 1994. Quando em vez dos mochileiros que visitavam a região, começaram a surgir caravanas de turistas de vários estrados. Hoje a cidade recebe em torno de 120.000 turistas por ano, que ficam em média 8 dias na cidade. Com a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina, em 1985, o turismo ecológico e de aventura ficou sendo a marca da região.

Em 2010, pela quarta vez consecutiva, Lençóis foi considerada um dos 10 melhores destinos turísticos do Brasil, segundo o GUIA 4 RODAS – um dos mais importantes guias de viagem do Brasil. Também foi eleita o melhor destino ecoturístico do Brasil pelo GUIA 14+ BRASIL TELECOM, do Portal IBest na Internet.

O patrimônio cultural de Lençóis retrata a época do auge econômico das vilas e cidades da chapada, no século XIX. Entre 1845 e 1871, foi a maior produtora mundial de diamantes e a terceira cidade mais importante da Bahia, tornando-se entreposto comercial de exportação de produtos minerais para a Europa e de importação de artigos de luxo, a ponto de ter se instalado na cidade um vice-consulado da França para facilitar o comércio com este país.

Como todo assentamento de mineração, Lençóis se desenvolveu de forma desordenada: a tipologia urbana é composta por uma trama irregular de ruas que se adaptam aos acidentes do terreno, intercaladas por pequenas praças e largos. O piso de algumas ruas é constituído da própria rocha que aflora no local. As novas ruas – espontâneas ou da área de expansão aprovada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) – sobem e descem ladeiras, imitando a implantação das ruas coloniais, eo outras apresentam pavimentação de pedras irregulares que formam desenhos decorativos.

Mucugê

A 120 quilômetros de Lençóis, no lado oposto ba BR-242, a cidade está a uma altitude de 983 metros, o que a torna uma das mais frias da Chapáda Diamantina, competindo com Piatã e Morro do Chapeu.. Sua população estimada em 2020 era de 8 889 habitantes. Com uma boa infraestrutura hoteleira, formada por um grande hotel na entrada da cidade e por pequenas pousadas, a cidade se assemelha um presépio, graças ao seu casario e ruas ainda calçadas com pedras polida.

Dentre seus principais atrativos, destacam-se as Cachoeiras do Ribeirão do Meio (afluente do rio Paraguaçu), Cachoeira do Sossego, Poço Azul, Cachoeira do Mosquito, Mucugezinho e Poço do Diabo. Em todas elas o ideal é ter um guia da região para acompanhar nas viagens. Outras atrações que podem ser visitada a partir de Mucugê são as Gruta da Lapa Doce e Gruta de Torrinha.

Foi em Mucugê que foram descobertos os primeiros diamantes da Chapada Diamantina, em 1844. A cidade também tem uma atração única na região: O Cemitério Bizantino, encravado na base de um morro na saída da cidade. O cemitério é o único cemitério de estilo bizantino do Brasil, e chama a atenção de quem chega à cidade. Construído de 1854 a 1886, o cemitério de Santa Izabel está na encosta rochosa da Serra do Sincorá. A escolha do lugar foi resultado da presença de uma epidemia de cólera, que levou a igreja a proibir os enterros no templo religioso. O cemitério possui um conjunto de mausoléus que reproduzem miniaturas de fachadas de igrejas e capelas caiados de branco, como os cemitérios bizantinos.

Como outras cidades da Chapada Diamantina, Mucugê também se destaca pelo seu patrimônio arquitetônico do tempo do Brasil Colônia. Casarios e praças floridas embelezam a cidade que também é tombada como patrimônio nacional pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e foi construída nas margens da Serra do Sincorá. Destaca a Igraja Matriz de Santa Isabel, erguida em meados do século XIX pelo frei Caetano de Troyria, com grande auxílio da população. Tem fachada neoclássica, possui três naves internas e um coro em formato de U.

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